Currículo

Fãs e Cultura Participativa 01727

Contextos

ECTS

6.0 (para cálculo da média)

Objectivos

No final da UC, o/a estudante deverá ser capaz de:
 OA1: Identificar e comparar diferentes definições da categoria “fã”; 
OA2: Analisar criticamente as representações patologizantes dos fãs, reconhecendo os seus enquadramentos socioculturais; 
OA3: Descrever a evolução histórica dos estudos de fãs, articulando influências teóricas diversas;
 OA4: Interpretar o consumo cultural como prática socialmente situada, mobilizando autores como Bourdieu e perspetivas contemporâneas como as dos “omnívoros culturais”;
 OA5: Avaliar o papel dos fãs enquanto produtores culturais em contextos de cultura participativa;
 OA6: Problematizar as desigualdades de participação nas práticas digitais, articulando visões críticas da cultura participativa e trabalho grátis. Estes objetivos são compatíveis com metodologias ativas e participativas, que promovem a análise crítica, a aplicação de conceitos e o desenvolvimento de competências de investigação, em consonância com o Modelo Pedagógico do Iscte.

Programa

A unidade curricular organiza-se em torno de seis eixos temáticos articulados: 
P1: Definições e tipologias da categoria “fã”;
 P2: Representações sociais dos fãs nos media e no senso comum; processos de estigmatização e construção social; 
P3: História e desenvolvimento dos estudos de fãs; principais correntes teóricas e estado da arte;
 P4: Gosto, distinção e hierarquias culturais: de Bourdieu às abordagens contemporâneas (omnívoros, dissonância cultural);
 P5: Consumo performativo, práticas de participação e produção cultural dos fãs;
 P6: Limites da cultura participativa: crítica ao determinismo tecnológico, desigualdades sociais e digitais, e trabalho grátis.
 Estes conteúdos articulam-se com os objetivos de aprendizagem, promovendo uma abordagem crítica, histórica e sociológica do fandom enquanto fenómeno mediado e participativo.

Método de Avaliação

A avaliação desta unidade curricular segue o modelo de avaliação ao longo do semestre, conforme previsto no RGACC, e contempla três momentos distintos: 1. Apresentação oral individual do tema do trabalho final (10%): realizada durante o período letivo, visa avaliar a capacidade de delimitação temática, formulação de problema, revisão bibliográfica e articulação teórica inicial. 2. Apresentação oral individual e problematização do trabalho final (20%): realizada em aula, permite aferir a capacidade de argumentação, desenho da pesquisa e operacionalização, reflexão crítica e aprofundamento conceptual. 3. Trabalho escrito individual (70%): entregue em 1.ª época, de acordo com enunciado definido pelo docente. Avalia a capacidade de investigação autónoma, aplicação de conceitos, estruturação argumentativa e qualidade da escrita académica. Poderá ser complementado com uma discussão oral, caso o docente considere necessário. A modalidade de avaliação contínua requer uma assiduidade mínima de 2/3 das aulas e participação ativa nas sessões. Em alternativa, os/as estudantes poderão optar pela avaliação por exame, disponível em 1.ª, 2.ª e época especial. Esta consiste na entrega de um trabalho escrito individual (100%), com enunciado definido pelo docente. Tal como na avaliação contínua, poderá ser solicitada uma discussão oral complementar, caso se justifique. A UC não contempla avaliação exclusivamente por prova oral. Todos os instrumentos de avaliação serão individuais e orientados para a verificação das competências previstas nos objetivos de aprendizagem, assegurando a coerência entre os critérios de avaliação e os resultados esperados. A avaliação valoriza a capacidade de análise crítica, a mobilização de referências teóricas relevantes, a clareza argumentativa e a originalidade na abordagem dos temas.

Carga Horária

Bibliografia

Principal

• Bennett, Lucy & Booth, P. (2016). Seeing Fans: Representations of Fandom in Media and Popular Culture. Bloomsbury Booth, P. (2018). A Companion to Media Fandom and Fan Studies. Wiley Blackwell. Booth, P., & Williams, R. (2021). A fan studies primer: Method, research, ethics. University of Iowa Press. Click, Melissa A. & Scott, S. (Eds.) (2025). The Routledge Companion to Media Fandom (2 ed). Routledge Duffett, Mark (2013). Understanding Fandom. Bloomsbury Academic Jenkins, H. (2012). Textual Poachers: television fans and participatory culture (2 ed). Routledge Stanfill, Mel (2024). Fandom Is Ugly. Networked Harassment in Participatory Culture, New York University Press:

Secundária

• Abercrombie, N., & Longhurst, B. (1998). Audiences: A sociological theory of performance and imagination. Sage. Aranda, D., Sánchez-Navarro, J., & Roig, A. (Eds.). (2013). Fanáticos: La cultura fan. UOC Press. Bickerdike, J. O. (2015). The secular religion of fandom: Pop culture pilgrim. Sage Bourdieu, P. (2010). A distinção: Uma crítica social da faculdade do juízo. Edições 70. Busse, K., & Gray, J. (2011). Fan cultures and fan communities. In V. Nightingale (Ed.), The handbook of media audiences (pp. 425–443). Wiley-Blackwell. Devereux, E., Dillane, A., & Power, M. J. (Eds.). (2011). Morrissey: Fandom, representations and identities. Intellect Books. Click, M. A. (Ed.). (2019). Anti-fandom: Dislike and hate in the digital age. New York University Press. van Dijck, J. (2009). Users like you: Theorizing agency in user-generated content. Media, Culture & Society, 31(1), 41–58. Gray, J., Sandvoss, C., & Harrington, C. L. (Eds.). (2017). Fandom: Identities and communities in a mediated world (2nd ed.). New York University Press. Gray, J., & Murray, S. (2015). Hidden: Studying media dislike and its meaning. International Journal of Cultural Studies, 19(4), 357–372. Hargittai, E., & Walejko, G. (2008). The participation divide: Content creation and sharing in the digital age. Information, Communication & Society, 11(2), 239–256. Harris, C., & Alexander, A. (Eds.). (1998). Theorizing fandom: Fans, subcultures and identity. Hampton Press. Hennion, A. (2007). Those things that hold us together: Taste and sociology. Cultural Sociology, 1(1), 97–114. Hutchins, A., & Tindall, N. T. J. (Eds.). (2016). Public relations and participatory culture: Fandom, social media and community engagement. Routledge. Hills, M. (2002). Fan cultures. Routledge. Jancovich, M. (2002). Cult fictions: Cult movies, subcultural capital and the production of cultural distinctions. Cultural Studies, 16(2), 306–322. Jenkins, H. (2006). Fans, bloggers, and gamers: Exploring participatory culture. New York University Press. Kies, B., & Connor, M. (Eds.). (2022). Fandom: The next generation. University of Iowa Press. Larsen, K., & Zubernis, L. (2013). Fan culture: Theory/practice. Cambridge Scholars Publishing. Lewis, L. A. (Ed.). (1992). The adoring audience: Fan culture and popular media. Routledge. Geraghty, L. (2014). Cult collections: Nostalgia, fandom and collecting popular culture. Routledge. Geraghty, L. (Ed.). (2015). Popular media cultures: Fans, audiences and paratexts. Palgrave Macmillan. Linden, H., & Linden, S. (2017). Fans and fan cultures: Tourism, consumerism and social media. Palgrave Macmillan. Sandvoss, C. (2005). Fans: The mirror of consumption. Polity Press. Williams, R. (2015). Post-object fandom: Television, identity and self-narrative. Bloomsbury.:

Disciplinas de Execução