Ficha Unidade Curricular (FUC)

Informação Geral / General Information

Carga Horária / Course Load

Área científica / Scientific area

Antropologia

Departamento / Department

Departamento de Antropologia

Ano letivo / Execution Year

2014/2015

Pré-requisitos / Pre-Requisites

Não se aplica

Objetivos Gerais / Objectives

1. Fornecer um fórum de discussão e debate colectivo entre os doutorandos durante o processo de composição dos seus projectos finais de pesquisa; 2. Providenciar apoio e aconselhamento específico e individualizado ao aperfeiçoamento dos projectos em curso, seguindo, sem ser de modo literal, o formato do 'modelo FCT' de projectos de pesquisa (os objectivos, o 'estado da arte' do tema central, o enquadramento teórico, as metodologias, a calendarização e a bibliografia); 3. Dar particular atenção aos processos de inserção dos doutorandos nos lugares seleccionados para trabalhos de terreno.

Objetivos de Aprendizagem e a sua compatibilidade com o método de ensino (conhecimentos, aptidões e competências a desenvolver pelos estudantes) / Learning outcomes

1. Aprofundar a dimensão empírica das investigações dos alunos à luz dos mais recentes trabalhos de relevo publicados na antropologia nos domínios de estudo por estes seleccionados; 2. Sensibilizar os doutorandos para a necessidade de dominar e incorporar nos seus projectos algumas das grandes linhas de reformulação e revisão da teoria antropológica durante a última década (exemplos: a antropologia reflexiva, a teoria da prática, dilemas éticos); 3. Aperfeiçoar o estilo de apresentação de uma argumentação coerente e convincente na versão final dos projectos.

Conteúdos Programáticos / Syllabus

Análise preliminar dos projectos na sua versão do fim do 1º semestre, com identificação de zonas cinzentas a refinar; Discussão de grandes linhas teóricas na antropologia actual: tendências, escolas, bibliografia recente; Apresentação e discussão detalhada dos projectos dos doutorandos, com distribuição prévia.

Demonstração da coerência dos conteúdos programáticos com os objetivos de aprendizagem da UC / Evidence that the curricular units content dovetails with the specified learning outcomes

As leituras e seminários compondo esta Unidade Curricular presumem um nível avançado de conhecimentos prévios, tanto das grandes correntes teóricas na antropologia como das metodologias básicas da etnografia. Desta forma, os conteúdos procuram ser coerentes com OG1. Assim, os conteúdos da UC incluem predominantemente textos avançados, que se concentram frontalmente em questões teóricas, tanto clássicas como actuais, no sentido de estimular ao máximo a actualização das referências em cada projecto a correntes contemporâneos (OG2). Adicionalmente, dedica-se atenção ao processo de 'imersão' no terreno, com as suas implicações e ambiguidades (OG3).

Avaliação / Assessment

Este seminário destina-se à elaboração de uma versão final do projecto que será avaliada para a passagem de cada doutorando ao 2º Ano do Curso. Esta versão do projecto (idealmente contando com 15 pp.) contará para 60% da nota final, os restantes 40% sendo aplicados à participação nos seminários. Esta UC não contempla um processo de avaliação em regime de exame.

Metodologias de Ensino / Teaching methodologies

Os seminário focam: (a) as grandes linhas actuais da teoria antropológica: em particular, a antropologia reflexiva, a teoria da prática e questões éticos; e (b) obstáculos surgindo no decurso da redacção do projecto final. Procura-se um equilíbrio entre: a discussão e aprofundamento de áreas contemporâneas da teoria antropológica, e a dissecação do formato de cada projecto, com vista ao seu aperfeiçoamento. Abordam-se algumas das dimensões da preparação para a inserção no campo.

Demonstração da coerência das metodologias de ensino e avaliação com os objetivos de aprendizagem da UC / Evidence that the teaching and assessment methodologies are appropriate for the learning outcomes

Em regime de seminário, cada discente irá elaborar uma exposição pormenorizada da estrutura do seu projecto, para o efeito distribuindo com antecedência um ou (no máximo) dois textos (preferencialmente artigos ou capítulos) que se articulam directamente com as dimensões teóricas nucleares a focar. Este procedimento é coerente com OA1. Alternativamente, poderão ser escolhidos, para leitura e discussão colectiva, textos teóricos contra os quais o doutorando pretende argumentar. A discussão centrar-se-á, deste modo, tanto nas especificidades teóricas do projecto (ainda OA1) como na inserção destas no foro das grandes linhas da teoria antropológica (OA2). Assim, o objectivo prioritário da disciplina é refinar o conteúdo e a forma globais de cada projecto (OA3). O nível avançado de conhecimentos dos doutorandos, relativamente à teorias antropológicas clássicas, condiciona e permite a estrutura escolhida de seminários focados nas teorias antropológicas recentes. Aulas ditas teóricas não têm sentido num foro de discussão específica das preocupações teóricas de cada doutorando (em cada projecto deles, com especificidades individuais: OA3). O papel decisivo do docente nesta situação deverá ser estabelecer pontes directas entre as teorias invocadas por cada doutorando, por um lado e, por outro, a relevância dessas teorias no cerne da antropologia actual. Como é que cada doutorando justifica o uso de Teoria A ou Teoria B no seu projecto? Terá forçosamente de demonstrar que domina, não apenas bibliograficamente, mas analítica e reflexivamente, as grandes linhas de teorização antropológica sobre o seu tema hoje em dia (OA1, OA2). Assim, as bibliografias actualizadas da disciplina, além de conterem obras teóricas de vulto na antropologia, também incluem um largo leque de dicionários e enciclopédias de antropologia e das ciências sociais, de grande utilidade para a definição de questões teóricas actuais.

Observações / Observations

Durante este seminário os doutorandos devem estar em contacto regular com os seus orientadores.

Bibliografia Principal / Main Bibliography

ORTNER, S. 2006 'Introduction: Updating Practice Theory' Anthropology and Social Theory: Culture, Power, and the Acting Subject. Durham: Duke University Press; 1-18. MOORE, H. & T. SANDERS (orgs.) 2006 Anthropology in Theory: Issues in Epistemology. Oxford: Blackwell. INGOLD, T. (org.) 1994 Companion Encyclopedia of Anthropology. Londres: Routledge. FARDON, R. et. al. (orgs.) 2012 The Sage Handbook of Social Anthropology. 2 Vols. Thousand Oaks, California: Sage/ASA. DAVIES, C. 1999 Reflexive Ethnography: A Guide to Researching Selves and Others. Londres: Routledge. CHRISTIANS, C. 'Ethics and Politics in Qualitative Research' N. Denzin & Y. Lincoln (orgs.) 2011 The Sage Hankbook of Qualitative Research. Thousand Oaks, California: Sage (4th edition); 61-80. AMERICAN ANTHROPOLOGICAL ASSOCIATION 2007 (1998) 'Code of Ethics' A.Robben & J. Sluka (orgs.) Ethnographic Fieldwork: An Anthropological Reader. Oxford: Blackwell; 325-330.

Bibliografia Secundária / Secondary Bibliography

TAYLOR, Victor E. & Charles E. WINQUIST (orgs.) 2001 Encyclopedia of Postmodernism. Londres: Routledge. SMELSER, Neil J. & Paul B. BALTES (orgs.) 2001 International Encyclopedia of the Social and Behavioral Sciences. 26 Vols. Amsterdam: Elsevier. SILLS, David L. (org.) 1968 International Encyclopedia of the Social Sciences. 18 Vols. Nova orque: Macmillan/Free Press. SEYMOUR-SMITH, Charlotte 1986 Macmillan Dictionary of Anthropology. Londres: Macmillan. SANTOS, Armindo dos 2002 Antropologia Geral: Etnografia, Etnologia, Antropologia Social. Lisboa: Universidade Aberta / Série Manuais 259. RUBY, Jay. 1982 A Crack in the Mirror: Reflexive Perspectives in Anthropology. Philadelphia: University of Pennsylvania Press. PRATTIS, Ian. 1996 'Reflexive Anthropology' David Levinson & Melvin Ember (orgs.) Encyclopedia of Cultural Anthropology. 4 Vols. Nova Iorque: Henry Holt/Yale University - Human Relations Area Files; 1072-1076. ORTNER, S. 1984 'Theory in Anthropology since the Sixties' Comparative Studies in Society and History. 26, 1 (Jan); 126-66. O'NEILL, Brian Juan 2006 Antropologia Social: Sociedades Complexas. Lisboa: Universidade Aberta / Série Manuais 296. OKELY, Judith 2010 'Fieldwork as Free Association and Free Passage' M. MELHUUS, J. Mitchell & H. WULFF(orgs.) Ethnographic Practice in the Present. Nova Iorque: Berghahn; 28-41. MARCUS, G. 2010 'Notes from Within a Laboratory for the Reinvention of Anthropological Method' M. Melhuus, J. Mitchell & H. Wulff (orgs.) Ethnographic Practice in the Present. Nova Iorque: Berghahn; 69-79. MANNERS, Robert & David KAPLAN (orgs.) 1968 Theory in Anthropology: A Sourcebook. Chicago: Aldine. MacCLANCY, Jeremy (org.) 2002 Exotic No More: Anthropology on the Front Lines. Chicago: University of Chicago Press. LEVINSON, David & Melvin EMBER (orgs.) 1996 Encyclopedia of Cultural Anthropology. 4 Vols. 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HARRIS, Marvin 1968 The Rise of Anthropological Theory: A History of Theories of Culture. Nova Iorque: Thomas Y. Crowell. GUPTA, Akhil & James FERGUSON (orgs.) 1997 Culture, Power, Place: Explorations in Critical Anthropology. Durham: Duke University Press. GOULD, Julius & William L. KOLB (orgs.) 1964 A Dictionary of the Social Sciences. Nova Iorque: Free Press of Glencoe/UNESCO. ENCICLOPÉDIA EINAUDI 1984-2001 43 Vols. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda. Dir. Ruggiero Romano (Coord. edição portuguesa, Fernando Gil). DRESCH, Paul, Wendy JAMES & David PARKIN (orgs.) 2000 Anthropologists in a Wider World: Essays on Field Research. Oxford: Berghahn. DIRKS, Nicholas., Geoff ELEY, & Sherry ORTNER (orgs.) 1993 Culture/Power/History: A Reader in Contemporary Social Theory. Princeton: Princeton University Press. DENZIN, N. & Y. LINCOLN (orgs.) 2011 The Sage Hankbook of Qualitative Research. Thousand Oaks, California: Sage (4th edition). DENZIN, Norman & Yvonna LINCOLN 2011 'Introduction: The Discipline and Practice of Qualitative Research' Norman Denzin & Yvonna Lincoln (orgs.) The Sage Handbook of Qualitative Research. Thousand Oaks, California: Sage (4th edition); 1-19. CÁTEDRA, María. et. al. (orgs.) 2007 Diccionario de Relaciones Interculturales: Diversidad y Globalización. Madrid: Editorial Complutense. CANNELLA, G. & Y. LINCOLN 2011 'Ethics, Research Regulations, and Critical Social Science' The Sage Hankbook of Qualitative Research. Thousand Oaks, California: Sage (4th edition); 81-89. BOURDIEU, Pierre 2002 (1972) Esboço de uma Teoria de Prática, Precedido de Três Estudos de Etnologia Cabila. Oeiras: Celta. BATALHA, Luís 2005 Antropologia: Uma Perspectiva Holística. Lisboa: Universidade Técnica de Lisboa / ISCSP. BARNARD, Alan & Jonathan SPENCER (orgs.) 2002 (1996) Encyclopedia of Social and Cultural Anthropology. Londres: Routledge. BARNARD, Alan 2000 History and Theory in Anthropology. Cambridge: Cambridge University Press. BARFIELD, Thomas (org.) 1997 The Dictionary of Anthropology. Oxford: Blackwell. ANGROSINO, Michael 2011'Recontextualizing Observation: Ethnography, Pedagogy, and the Prospects for a Progressive Political Agenda' Denzin, N. e Y. Lincoln (orgs.) The Sage Handbook of Qualitative Research (4ª edição). Thousand Oaks: Sage; 729-745. Apart from the texts selected for focused discussion in seminars, included here is a brief general bibliography indicating a number of useful syntheses of major trends in anthropological theory, which may be supplemented by specialized dictionaries and encyclopedias. Clearly, any theoretical line, tendency, movement, or 'school' will possess its own past and present legacy (the latter, as well, in certain cases still in the process of formulation). Thus, these references are nothing more than signposts of a generalized nature. For example, a large array of references in anthropology and related social sciences (key titles in their own specific sub-fields) are not mentioned (i.e., in post-structuralism, post-modernism, post-colonialism, interpretive anthropology, the anthropology of globalization, etc.). Obviamente, cada linha teórica, tendência, movimento ou 'escola' terá o seu próprio legado bibliográfico passado e presente (esta, também, em certos casos ainda em processo de formulação). Assim, estas referências não são mais do que indicações prévias de cunho generalista. Por exemplo, não inclui um grande leque de títulos que, na antropologia, e por vezes transversal a outras ciências sociais, constituem referências-chave em âmbitos específicos (cf., no pós-estruturalismo, pós-modernismo, pós-colonialismo, antropologia interpretativa, antropologia da globalização, etc.). Independentemente dos textos escolhidos para as discussões especificas nos seminários, inclui-se aqui uma breve bibliografia de referência generalizada, indicadora de alguns dos textos que constituem sínteses úteis de algumas das grandes linhas da teoria antropológica, a serem complementados por dicionários e enciclopédias especializados.

Data da última atualização / Last Update Date

2024-02-16