Sumários
Comunidades de Energia Renovável - Desafios sócio-técnicos
20 Maio 2024, 18:00 • Susana Batel
A convidada, Ana Rita Antunes (Engenheira do Ambiente na Coopérnico) discutiu como a energia é um elemento central
na definição das sociedades humanas ao longo da história. Concretamente, as
transformações que se verificam na forma como produzimos, armazenamos,
distribuímos e consumimos energia estão, em muitos casos, na origem de
transformações económicas, sociais e políticas. O controlo sobre a energia pode
significar, de certa maneira, controlo sobre os destinos de uma sociedade. As
cooperativas de energia, uma forma de comunidades de energia, introduzem novas
formas de organização socioeconómica no sistema energético. Os cidadãos
(consumidores passivos) tornaram-se cidadãos ativos pela participação direta na
construção da empresa local de energia. Criar comunidades de energia significa
desenvolver projetos de energia (seja de produção, de fornecimento, de
distribuição ou de mobilidade) especializados com cidadãos sem conhecimentos
técnicos. Este desafio torna a transição energética, não só positiva do ponto
de vista ambiental, mas também mais justa e transparente do ponto de vista
social.
Poluição do ar e efeitos na saúde e clima
13 Maio 2024, 18:00 • Susana Batel
A convidada Alexandra Monteiro (Engenheira Química, Universidade de Aveiro) pretendeu com este seminário abordar o problema da poluição atmosférica – desde as suas fontes de emissão (naturais e antropogénicas), passando pelos processos atmosféricos, até chegar à qualidade do ar. Foram identificados os principais poluentes na atualidade e as regiões que registam mais críticas em termos das suas concentrações. Os diferentes efeitos destes poluentes na saúde humana – quer no sistema respiratório, quer cardiovascular – foram referidos, assim o impacto nos grupos mais vulneráveis, e a incidência destes impactos em Portugal. Para além da saúde humana, a poluição do ar está diretamente relacionada com os efeitos no clima, havendo uma necessidade urgente de uma estratégia de combate conjunta e de co-benefício. Foi discutida a contribuição dos poluentes atmosféricos para as alterações climáticas e o impacto dos cenários climáticos futuros na qualidade do ar. Falou-se ainda das estratégias de mitigação da poluição atmosférica, com apresentação de alguns estudos de caso e os desafios futuros mais prementes.
Microplásticos e poluição da água – Impactes nos ecossistemas
10 Maio 2024, 18:00 • Susana Batel
A convidada Marta Martins (Ciências do Ambiente, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa) discutiu a problemática associada à contaminação dos ecossistemas aquáticos por lixo marinho e, de que forma os microplásticos constituem uma ameaça aos seres vivos, incluindo o ser humano. Abordou ainda as formas de ação social e políticas públicas neste contexto.
Importância ecológica e socioeconómica dos rios e principais ameaças
29 Abril 2024, 18:00 • Susana Batel
Catarina
Miranda (Bióloga, GEOTA – Grupo de Estudos de Ordenamento do Território e
Ambiente) e Lígia Figueiredo (Arquiteta Paisagista, GEOTA – Grupo de
Estudos de Ordenamento do Território e Ambiente) discutiram como a nível global, as
alterações climáticas não só alteram os padrões ambientais, como levam também à
ocorrência de eventos climáticos extremos – como secas e cheias. Segundo um
relatório das Nações Unidas, cerca de 74% dos desastres naturais entre 2001 e 2018
estão relacionados com a água. Os países mediterrânicos, como Portugal, são
criticamente vulneráveis ao aumento da escassez de água provocada pelas
alterações climáticas. Para mitigar os efeitos das alterações climáticas é
essencial uma boa gestão e planeamento dos recursos hídricos. Neste
seminário discutiram particularmente a importância da conservação,
proteção e restauro ecológico dos ecossistemas fluviais como forma de ação
climática. Abordaram especificamente a importância do sistema
fluvial e relações e impactes das alterações climáticas; o declínio da
biodiversidade de água doce; a importância da concetividade fluvial nas várias
dimensões: fluxo de água, de peixes migradores e de sedimentos e sua relação
com a erosão costeira; impactes ecológicos das barragens à conectividade
fluvial; a remoção de barreiras no contexto português e a nível internacional;
e os benefícios do restauro fluvial para os ecossistemas e para as populações –
o que traz de novo a Lei do Restauro; finalmente, a importância da participação
pública nos processos de restauro fluvial.
Espécies invasoras, serviços de ecossistemas e desafios
19 Abril 2024, 18:00 • Susana Batel
A convidada Ana Sofia Vaz, écologa na Natural Business Intelligence, apresentou um seminário sobre como o transporte e a
introdução de espécies para novos locais têm vindo a concretizar-se ao
longo de milénios por razões culturais e de subsistência humana. Das muitas
espécies exóticas mobilizadas no mundo, parte consegue escapar e dispersar para
além de locais confinados, tornando-se invasoras e levando a alterações nos
sistemas sociais, económicos e ecológicos. Essas alterações acarretam impactos
negativos e custos ambientais, uma vez que não só afetam a biodiversidade
nativa e promovem a homogeneização da biota da Terra, como também moldam a
forma como as comunidades obtêm benefícios ambientais e económicos dos
ecossistemas. Gerir espécies invasoras pressupõe conhecer e avaliar estes
impactos, mas também compreender percepções, atitudes e comportamentos dos
vários atores que interagem com estas espécies. Este seminário abordará as
espécies invasoras como um determinante de alteração dos sistemas
sócio-ecológicos globais, e como fenômeno contemporâneo de relevância crescente
na interface das ciências ambientais e socioculturais.