Programa
Mestrado em História Moderna e Contemporânea
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É na Época Moderna época que, segundo a tradição historiográfica deste campo disciplinar, tem início a própria história das relações internacionais. Embora esta afirmação seja discutível e tenha uma forte carga etnocêntrica, a extraordinária riqueza temática e problemática das relações internacionais neste período está fora de dúvida, pelo menos no que respeita à Europa. É na Época Moderna que a Europa toma consciência de si enquanto entidade civilizacional, vê aparecer o ?Estado moderno? e o sistema de estados, conhece os últimos projectos de unidade política e constata a sua impraticabilidade face à ruptura da unidade religiosa e à prevalência de protagonismos nacionais e de estratégias de afirmação regional, vê sucederem-se os conflitos e desenvolve os instrumentos para a sua prevenção ou resolução. As tensões e os desequilíbrios não cessam e adquirem novos fundamentos, mas a Europa acaba por incorporá-los no seu próprio modelo de desenvolvimento. Entretanto, o extraordinário aumento da circulação da escrita, das ideias, das inovações técnicas e científicas, dos homens, das mercadorias e dos capitais que se verificou nesta época veio conferir às relações internacionais uma dimensão que ultrapassa a simples relação política e militar entre estados. Por seu turno, é também na Idade Moderna que a Europa se projecta no Mundo, tendo que enfrentar não só o desafio de novos tipos de relações externas (intercontinentais e inter-civilizacionais), como também a sua retroprojecção sobre os equilíbrios e as rivalidades inter-europeias. O Programa tem 3 linhas de desenvolvimento principais, que serão prosseguidas em paralelo, procurando sublinhar as suas implicações recíprocas em detrimento de uma estrutura compartimentada. ? por um lado, trata-se de definir os principais conceitos e o próprio campo disciplinar da História das Relações Internacionais, e de desenvolver uma interpretação de conjunto sobre a natureza das relações internacionais na Época Moderna, os factores que as condicionam, as suas práticas e instrumentos, a sua fundamentação política e jurídica. ? Em segundo lugar, procura descrever, analisar e interpretar a história europeia na perspectiva dos principais cenários e projectos geoestratégicos que se afirmaram na Europa durante este período, considerando as tensões, conflitos, alianças e resultados que geraram. ? Por último, visto que este é provavelmente o período de ouro da História de Portugal, importa fazer uma avaliação dos objectivos, condicionantes e linhas de força da política externa portuguesa ao longo destes três séculos.