Planeamento
Aulas
Africa - Introdução ao módulo
Introdução ao módulo. Apresentação do programa e avaliação.Discussão sobre o(s) conceito(s) de África. Breve introdução à história do continente e das suas relações com outras regiões do mundo.
Antropologia e etnografia de África - o período colonial
Tradições de pesquisa etnográfica no contexto africano. A formação de áreas temáticas e regionais na antropologia sobre África durante o período colonial.
África no período colonial: dupla legislação, indirect rule e usos políticos da investigação antropológica.
A antropologia em África no perído pós-independências
Novos temas, novos métodos, novos constrangimentos. O surgimento de uma antropologia africana em África e o desenvolvimento dos estudos africanos como campo interdisciplinar.
Estilos de pesquisa e escrita etnográfica - Etnografia britânica 1
O contexto histórico e as condições de trabalho de Evans-Pritchard. A submissão da recolha etnográfica ao argumento antropológico (ver crítica de McKinnon - a ficção da patrilinearidade e da igualdade das classes de idade)
A comparação entre a etnografia pública e meteórica de Evans-Pritchard e a etnografia privada e laboriosa de Hutchinson. A referência a Donald Johnson - Nuer Prophets.
Trabalho autónomo:
Evans-Pritchard - The Nuer - A Description of the Modes of Livelihood and Political Institutions of a Nilotic People
Estilos de pesquisa e escrita etnográfica - Etnografia britânica 2
Evans-Pritchard, os "chefes da pele de leopardo" e os profetas Nuer. O antropólogo terá apresentado poucas informações para salvaguardar a população face à administração colonial que lhe encomendou o estudo? Questão do diálogo com o informante que não quer dizer o seu nome (receio de represálias?)
O estilo: povo único, costumes únicos, toda a informação se orienta para a construção de um
argumento antropológico.
A mensagem: anarquia organizada dos Nuer, estrutura social determinante; visão Radcliffe-
Brown e anti-Malinowski.
Trabalho autónomo:
Sharon E. Hutchinson, Nuer Dilemmas
Douglas Johnson, Nuer Prophets
Estilos de pesquisa e escrita etnográfica - Etnografia francesa 1
Constituição dos saberes antropológicos no contexto colonial francês. Vida e obra de Marcel Griaule, de etiopista a especialista dos Dogon.
Questões epistemológicas, metodológicas e éticas.
O contexto histórico e percurso pessoal de M. Griaule. A perspectiva colonial. A expedição Dakar-Djibuti. A publicação de Flambeurs d'hommes (mesma técnica narrativa: terceira pessoa, diálogos em discurso directo, descrição poética, elementos de suspense).
O estilo: entrevistas, suspense, revelação progressiva dos segredos da cosmogonia Dogon, só conhecidos pelos iniciados. Escrita etnográfica e poesia. A extra-disciplinaridade (ver: Brumana).
Trabalho autónomo:
J. Clifford, "Power and dialogue in Ethnography: the initiation of Marcel Griaule"
Gerard Macé, Le Goût de l'homme
Marcel Griaule, Les flambeurs d'hommes
Estilos de pesquisa e escrita etnográfica - Etnografia francesa 2
Continuação da análise da obra de Marcel Griaule e dos seus discípulos. Críticas e evoluções nos estudos sobre os Dogon.
Visualização do documentário Sur les traces du renard pâle, de Luc de Heusch
des com estado. Apartheid e antropologia.
Trabalho autónomo:
Documentário: Sur les traces du renard pâle, de Luc de Heusch
Marcel Griaule, Le deu d'eau
Estilos de pesquisa e escrita etnográfica - Etnografia norte-americana 1
O culturalismo norte-americano e a ligação entre antropologia e psicologia.
Tradições cosmográficas europeias sobre pigmeus, da Ilíada a Mandeville, passando por Santo Agostinho. A luta dos pigmeus com os grous; os pigmeus e a pimenta, nos relatos medievais.
A exploração e apropriação do continente africano. O papel de William Stanley e Leopoldo da Bélgica. O Estado Livre do Congo, a exploração colonial da borracha, e o conhecimento etnográfico por via das missões: o Padre Shapera sobre as relações entre bantos e pigmeus.
Do Darkest Africa (W. Stanley) ao Heart of darkness (J. Conrad)
A romantização dos pigmeus nos anos 20-30. A expedição Furlong; os filmes de Martin e Osa Johnson.
Trabalho autónomo:
Collin Turnbull: The Forest People.
Osa Johnson Congorllla
Mbtui pygmies
TVDays on pygmies 1970
The Furlong Congo Expedition of 1929
Estilos de pesquisa e escrita etnográfica - Etnografia norte-americana 2
A investigação de Collin Turnbull:
- a meio caminho entre a tradição britânica e a americana. Envolvimento de antropólogos americanos com os seus informantes. Escrita mais naturalista. Apresentação de novela de costumes.
- estilo: fortemente personalizado, inserção da figura do etnógrafo na vida local, fraca explicitação de conceitos, de elementos discursivos, simbólicos e rituais.
Argumento: visão contrastiva entre camponeses bantu e pigmeus livres; refutação da literatura anterior, nomeadamente de P. Shebesta.
- mensagem: idealização da vida na floresta equatorial, independência infantil dos pigmeus.
Desinteresse de Turnbull pela temática das mudanças societais face às independências.
A investigação de C. Turnbull entre os Mbuti e os Iks. Problemas de método e questões epistemológicas.
Trabalho autónomo:
J. Dias, Os Maconde. Vol. 3
Estilos de pesquisa e escrita etnográfica - Etnografia lusófona 1
As condições societais e políticas no contexto colonial lusófono.
O desenvolvimento dos estudos antropológicos e da pesquisa etnográfica em Portugal desde finais do séc. XIX até 1974.
A antropologia portuguesa e o Estado Novo. Na metrópole e nas colónias: as missões e relatórios de Jorge Dias em Angola e Moçambique e o contexto da insurreição armada no norte de Moçambique, no início da década de 1960.
A ideologia luso-tropicalista e seu enquadramento no discurso antropológico em Jorge Dias.
Estilos de pesquisa e escrita etnográfica - Etnografia lusófona 2
Análise do texto do 3º volume de Os Maconde de Moçambique.
Discussão sobre as condições da investigação, após o massacre de Mueda.
Estilo, referências teóricas, modelo de investigação e de exposição da "estrutura política e jurídica".
Conclusão do módulo - avaliação e discussão
Conclusão. Avaliação das aprendizagens, debate geral. Preparação dos ensaios finais.