Ficha Unidade Curricular (FUC)

Informação Geral / General Information


Código :
L5138
Acrónimo :
L5138
Ciclo :
1.º ciclo
Línguas de Ensino :
Português (pt)
Língua(s) amigável(eis) :
Espanhol, Inglês, Português

Carga Horária / Course Load


Semestre :
1
Créditos ECTS :
6.0
Aula Teórica (T) :
0.0h/sem
Aula Teórico-Prática (TP) :
36.0h/sem
Aula Prática e Laboratorial (PL) :
0.0h/sem
Trabalho de Campo (TC) :
0.0h/sem
Seminario (S) :
0.0h/sem
Estágio (E) :
0.0h/sem
Orientação Tutorial (OT) :
1.0h/sem
Outras (O) :
0.0h/sem
Horas de Contacto :
37.0h/sem
Trabalho Autónomo :
113.0
Horas de Trabalho Total :
150.0h/sem

Área científica / Scientific area


Sociologia

Departamento / Department


Departamento de Sociologia

Ano letivo / Execution Year


2024/2025

Pré-requisitos / Pre-Requisites


Prévia formação sociológica ou no domínio de outras ciências sociais adquirida em teorias, métodos e técnicas que permitam a aquisição de novos conhecimentos numa área especializada da sociologia.

Objetivos Gerais / Objectives


A UC de Sociologia da Saúde tem como objetivo proporcionar aos/às estudantes (da licenciatura de Sociologia e de outras licenciaturas) conhecimento sobre o campo da saúde, nas suas dimensões social e cultural. Este campo é perspetivado como incluindo as questões de saúde, doença, nascimento e morte; sistemas terapêuticos; instituições, organizações e profissionais de saúde; políticas e sistemas de saúde.

Objetivos de Aprendizagem e a sua compatibilidade com o método de ensino (conhecimentos, aptidões e competências a desenvolver pelos estudantes) / Learning outcomes


No final da UC, os/as estudantes deverão ser capazes de: OA1.Localizar a saúde, a doença e a medicina no contexto da sociologia e consolidar a abordagem sociológica das diferentes realidades que compõem os mundos da saúde e da doença. OA2.Demonstrar a importância do cruzamento da sociologia da saúde com aspetos do âmbito da sociologia do corpo. OA3.Compreender o sistema de saúde português, as suas políticas, as suas formas de regulação, bem como a posição e o papel que assumem o estado, o mercado, as comunidades e as famílias nos cuidados de saúde OA4.Conhecer as principais características das organizações de saúde, mostrando as suas especificidades e as dinâmicas profissionais que as atravessam. OA5.Compreender as profissões de saúde, em termos das posições objetivas que detêm na divisão do trabalho, dos tipos e da natureza das competências e saberes associadas ao seu desempenho profissional. OA6.Planear e desenvolver projetos de pesquisa empírica no domínio da sociologia da saúde.

Conteúdos Programáticos / Syllabus


CP1. Sociologia da saúde e da doença: objeto e campo 1. Questões preliminares de saúde, doença e medicina: a descoberta do posicionamento sociológico 2. O desenvolvimento da sociologia da saúde e da doença 3. Controlo social médico e medicalização 4. Crenças, saberes leigos e experiências de saúde e de doença 5. A sociologia da saúde e o corpo: mudanças sociais e culturais, transformações corporais e identidades 6. Desigualdades sociais na saúde CP2. Os sistemas e as políticas de saúde 1. As conceções políticas do sistema de saúde 2. A periodização das principais medidas políticas 3. Os modelos de financiamento da saúde CP3. Organizações e profissionais de saúde 1. A especificidade sociológica do hospital 2. Estado, profissões e ocupações de saúde 3. Novos profissionais de saúde? As Medicinas Complementares e Alternativas

Demonstração da coerência dos conteúdos programáticos com os objetivos de aprendizagem da UC / Evidence that the curricular units content dovetails with the specified learning outcomes


No CP1 procura-se localizar a saúde, a doença e a medicina no contexto da Sociologia para, em seguida, enunciar e debater formas sociológicas de perspetivar as diferentes realidades que compõem os mundos da saúde e da doença, incluindo a medicina, os saberes e experiências leigos de saúde e doença e a relação com a sociologia do corpo. Estes conteúdos dão resposta aos OA1 e OA2. No CP2, privilegia-se uma abordagem sistémica. Os conteúdos remetem para as orientações políticas em matéria de prestação de cuidados de saúde, numa perspetiva diacrónica, incluindo a identificação dos modelos de financiamento em saúde. Contribuem para o OA3. No CP3 parte-se para o estudo das organizações e das profissões de saúde, em termos das suas posições objetivas na divisão do trabalho, dos tipos e natureza das suas competências e saberes e das formas de poder no quotidiano de prestação de cuidados de saúde. Estes conteúdos permitem dar resposta aos OA4 e OA5. Todos os conteúdos contribuem para o OA6.

Avaliação / Assessment


Os/as estudantes podem optar por uma das duas modalidades de avaliação previstas na UC: 1) avaliação ao longo do semestre; 2) avaliação por exame. - A avaliação ao longo do semestre tem duas componentes: 1) Componente individual - realização de um teste escrito, em aula; 2) Componente de grupo - elaboração de um trabalho de grupo, correspondente a um projeto de investigação (podendo incluir ou não pesquisa empírica). A nota final resulta de uma média ponderada dos dois momentos de avaliação: projeto de investigação de grupo (60%); teste escrito individual (40%), desde que igual ou superior a 7 valores. Os/as estudantes que não obtiverem no teste a nota mínima de 7 valores reprovarão à UC e ficarão admitidos/as à avaliação por exame. A avaliação ao longo do semestre implica a presença dos/as estudantes em pelo menos 50% das aulas. Existe a possibilidade, caso os/as docentes considerem necessário, de realização de prova oral, em complemento das componentes escritas de avaliação, como elemento adicional para a avaliação (p.e., nas situações em que há necessidade de esclarecimento adicional nas classificações). - A avaliação por exame ocorre, exclusivamente, durante o período de avaliações e incide sobre toda a matéria lecionada na unidade curricular. Consiste numa prova escrita individual. São admitidos/as a esta modalidade de avaliação os/as estudantes que por ela tenham optado e os/as estudantes que não tenham obtido aprovação na modalidade de avaliação ao longo do semestre.

Metodologias de Ensino / Teaching methodologies


As metodologias de ensino e aprendizagem desta Unidade Curricular estão alinhadas com o Modelo Pedagógico do Iscte, são diversificadas e, tratando-se de uma UC Teórico-Prática, procuram combinar a formação teórica com a aplicação prática dos conhecimentos. Para esse efeito, adotam-se metodologias de ensino plurais, incluindo metodologias expositivas, participativas, demonstrativas e ativas. Concretamente estas metodologias traduzem-se em: - Exposição de conteúdos: apresentação dos principais tópicos e conceitos, apoiada em bibliografia de apoio. - Discussão de exemplos: apresentação de exemplos de pesquisas que operacionalizam os conteúdos teóricos, e promoção da reflexão e intervenções dos/as estudantes em torno desses exemplos, individualmente ou em grupo. - Acompanhamento de trabalhos em aula: constituição de alguns períodos, em aula, para a realização dos trabalhos de grupo e respetivo acompanhamento por parte dos/as docentes. - Sessões tutoriais: sempre que necessário, podem ser realizadas sessões tutoriais de grupo para apoio adicional aos trabalhos de grupo. Além dos tempos letivos, a UC pressupõe a realização de trabalho autónomo por parte dos/estudantes. Esse trabalho inclui leituras, realização do projeto de investigação correspondente ao trabalho de grupo e trabalho de preparação de textos para o teste escrito.

Demonstração da coerência das metodologias de ensino e avaliação com os objetivos de aprendizagem da UC / Evidence that the teaching and assessment methodologies are appropriate for the learning outcomes


As metodologias de ensino e os métodos de avaliação estão estruturados de forma a garantir a coerência com os objetivos da UC, especificamente do seguinte modo. - A exposição de conteúdos atravessa todos os objetivos da UC, fornecendo as bases teóricas e conceptuais para o desenvolvimento de uma perspetiva crítica e problematizadora dos fenómenos do campo da saúde, da doença e da medicina. - A discussão de exemplos de pesquisas complementa e consolida a estratégia expositiva, permitindo uma participação ativa dos/as estudantes e proporcionando-lhes ainda experiência acrescida em métodos e técnicas de investigação aplicados a objetos do campo da saúde. Neste sentido, contribuem também para todos os objetivos de aprendizagem da UC. - O acompanhamento de trabalhos em aula e as eventuais sessões tutoriais permitem um apoio mais individualizado e progressivo dos projetos de grupo dos/as estudantes, consolidando as suas aprendizagens teóricas – Objetivos 1 a 5 -, mas contribuindo sobretudo para o OA6. - O teste individual escrito permite avaliar a compreensão dos conceitos fundamentais, Sendo um teste realizado a meio do semestre, está articulado com os OA1 e OA2. - O projeto de investigação de grupo é um elemento central da UC, pois constitui uma estratégia para que os/as estudantes vão pondo em prática, de forma faseada e progressiva, os conhecimentos que vão adquirindo ao longo do semestre. A informação de retorno dada aos/às estudantes, por parte dos/as docentes, sobre o progresso do trabalho, permite que avancem para o projeto final com conhecimentos mais consolidados. Este projeto contribui para o cumprimento de todos os objetivos da UC.

Observações / Observations


Bibliografia Principal / Main Bibliography


Carapinheiro, G (1986), “A saúde no contexto da sociologia”, Sociologia, Problemas e Práticas, 1: 9-22. Carapinheiro, G & T Correia (orgs.) (2015), Novos Temas de Saúde, Novas Questões Sociais, Lisboa, Mundos Sociais. Conrad, P (1979) “Types of medical social control”. Sociology of Health & Illness, 1(1): 1-11. Correia, T, Carapinheiro, G & Raposo, H (2018), “Desigualdades sociais na saúde: um olhar comparativo e compreensivo”, em Carmo, R et al., Desigualdades Sociais. Portugal e a Europa, Lisboa, Mundos Sociais, pp. 23-39. Freidson, E (1998). “Os futuros da profissionalização”. In Renascimento do Profissionalismo. S. Paulo, Edusp, pp. 145-167. Petersen, A & Bunton R (eds) (1997), Foucault, Health and Medicine, London, Routledge. Stacey M (1988), The Sociology of health and healing, London, Routledge. Timmermans S & Haas, S (2008) "Towards a Sociology of Disease", Sociology of Health and Illness, Vol. 30 (5), pp. 659-676. Turner, B (1992), Regulating Bodies, London, Routledge.

Bibliografia Secundária / Secondary Bibliography


Antunes, R. e Correia, T. (2009), “Sociologia da saúde em Portugal. Contextos, temas e protagonistas”, Sociologia, Problemas e Práticas, nº 61, pp. 101-125. Bernardo, L; Silva, M; Correia, T. (2014). “A saúde pública como investimento social”, em RM Carmo e A Barata (orgs.), Estado Social, de Todos para Todos. Lisboa: Tinta da China. Bunton R., Nettleton S. e Burrows R. (Eds.) (20055), The Sociology of Health Promotion. Critical Analyses of Consumption, Lifestyle and Risk, London, Routledge. Bury, Michael. (1997), Health and Illness in a Changing Society, London, Routledge. Cant S. & Sharma U. (1999), A New Medical Pluralism?, London, Routledge. Carapinheiro, G. (1993), Saberes e Poderes no Hospital. Porto: Afrontamento. Carapinheiro, G (2005) “Do bio-poder ao poder médico”. Estudos do Século XX, 5: 383-398. Carapinheiro, G. (2011), “Equidade, Cidadania e Saúde. Apontamentos para uma Reflexão Sociológica”, Alicerces, nº 3, pp. 57-64. Carapinheiro. G. (org.) (2006) Sociologia da Saúde: Estudos e Perspectivas, Coimbra, Pé-de-Página, Cockerham, W. C. (2005). “Health Lifestyle Theory and the Convergence of Agency and Structure”. Journal of Health and Social Behavior, 46(1), 51-67. Correia, T. (2009). “A reconceptualização dos modos de produção de saúde no contexto da reforma hospitalar portuguesa”. Revista Crítica de Ciências Sociais. 85, 83-103. Correia, T., Carapinheiro, G. & Helena Serra (2015). “The State and Medicine in the Governance of Health Care in Portugal”. In T Carvalho e R Santiago (eds.) Professionalism, Managerialism and Reform in Higher Education and the Health Services. The European Welfare State and the Rise of the Knowledge Society, Basingstoke, Hampshire: Palgrave Macmillan, pp. 151-171. Ferreira, VS (2013), “Resgates sociológicos do corpo: esboço de um percurso conceptual”, Análise Social Vol. XLVIII, 208, pp.494-528. Foucault, M (1974), "La naissance de la médecine sociale”. In Dits et Écrits, Paris: Gallimard (versão traduzida em Roberto Machado, ponto 5 "O nascimento da medicina social”, pp. 46-57) Foucault M. (1977), O Nascimento da Clínica, Rio de Janeiro, Forense-Universitária (tradução do original Naissance de la Clinique, 1963). Fox, N (1993), Postmodernism, Sociology and Health. Bristol: Open University Press. Gabe J., Kelleher D. & Williams G. (eds.) (1994), Challenging Medicine, London, Routledge. Illich I. (1976), A Expropriação da Saúde. Nêmesis da Medicina, Rio de Janeiro, Editora Nova Fronteira (tradução do original de 1975). Kleinman. (1980), Patients and Healers in the Context of Culture, Berkeley, California University Press. Lopes, Noémia et al (2010), Medicamentos e Pluralismo Terapêutico. Práticas e Lógicas em Mudança, Porto, Edições Afrontamento. Lupton D. (1994), Medicine as Culture. Illness, disease and the body in western societies, London, Sage Publications. Nettleton, S & Watson, J (1998), “The body in everyday life: an introduction”. In The body in everyday life. London, Routledge: 1-24. Nunes, J.A. (2006), “A pesquisa em saúde nas ciências sociais e humanas: Tendências contemporâneas”, Oficinas do CES. Pegado, E. (2020), “Medicinas Complementares e Alternativas: uma reflexão sobre definições, designações e demarcações sociais”, Sociologia, Problemas e Práticas, nº 93, pp. 71-88. Pegado, E. (2022), “A saúde é um direito: Conquistas inacabadas e desafios para o futuro”, in Carmo, R M., Tavares, I. & Cândido, A.F. (orgs.), Que Futuro para a Igualdade? Pensar a Sociedade e o Pós-pandemia, Lisboa, Observatório das Desigualdades, CIES-Iscte, pp. 43-58. Petersen A. e Lupton D. (1996), The New Public Health. Health and Self in the Age of Risk, London, Sage Publications. Turner, B.S.. (1987), "Medical Sociology" in: Medical Power and Social Knowledge, London, Sage Publications, pp.1-17. Williams G and Popay J (1994) "Lay knowledge and the privilege of experience" In Gabe J; Kelleher D and Williams, G (eds.) Challenging Medicine. London: Routledge, pp. 118-139. Nota: Poderão ser recomendadas outras referências bibliográficas complementares, para suporte aos trabalhos dos/as estudantes. Note: Other complementary bibliographical references may be recommended to support the students' work.

Data da última atualização / Last Update Date


2024-07-24