Ficha Unidade Curricular (FUC)

Informação Geral / General Information


Código :
L5195
Acrónimo :
L5195
Ciclo :
1.º ciclo
Línguas de Ensino :
Português (pt)
Língua(s) amigável(eis) :

Carga Horária / Course Load


Semestre :
1
Créditos ECTS :
6.0
Aula Teórica (T) :
12.0h/sem
Aula Teórico-Prática (TP) :
24.0h/sem
Aula Prática e Laboratorial (PL) :
0.0h/sem
Trabalho de Campo (TC) :
0.0h/sem
Seminario (S) :
0.0h/sem
Estágio (E) :
0.0h/sem
Orientação Tutorial (OT) :
1.0h/sem
Outras (O) :
0.0h/sem
Horas de Contacto :
37.0h/sem
Trabalho Autónomo :
113.0
Horas de Trabalho Total :
150.0h/sem

Área científica / Scientific area


História

Departamento / Department


Departamento de História

Ano letivo / Execution Year


2023/2024

Pré-requisitos / Pre-Requisites


Não tem.

Objetivos Gerais / Objectives


O objectivo desta unidade curricular é apresentar os principais fenómenos e dinâmicas da marginalidade social nas sociedades contemporâneas, os indivíduos e grupos considerados como desafiando os quadros preestabelecidos da racionalidade legal. Simultaneamente são também abordados os mecanismos de regulação e controlo social de maior significado implementados ao longo deste período, em particular os formalmente instituídos, atribuindo-se especial atenção aos mecanismos estatais de controlo social. São privilegiadas as referências à realidade portuguesa dos séculos XIX e XX.

Objetivos de Aprendizagem e a sua compatibilidade com o método de ensino (conhecimentos, aptidões e competências a desenvolver pelos estudantes) / Learning outcomes


OA1- Definir historicamente os conceitos de marginalidade e controlo social. OA2- Identificar e descrever dinâmicas, grupos e actores conotados com a marginalidade. OA3- Identificar e descrever dinâmicas e principais mecanismos de controlo social implementados. OA4- Avaliar criticamente a construção social da marginalidade. OA5- Analisar e interpretar fontes históricas.

Conteúdos Programáticos / Syllabus


CP1- História dos marginais na historiografia europeia e portuguesa. CP2- Conceitos: «marginalidade» e «controlo social». CP3- Aspectos da marginalidade e do controlo social na Europa medieval e moderna. CP4- A nova ordem social e legal: a construção da marginalidade nas sociedades liberais, burguesas e capitalistas. Urbanização e industrialização: a cidade como espaço da marginalidade. «Classes trabalhadoras» / «classes perigosas». CP5- Actores e grupos marginais: Os criminosos; os pobres; os vadios ou/e vagabundos; as prostitutas. Outros (imigrantes, desempregados, negros, ciganos, loucos, contestatários?). CP6- Banditismo e marginalidade nos espaços rurais CP7- Mecanismos formais e informais de controlo social A polícia; Lei penal e regulamentações camarárias; Tribunais; Prisões. Outros (família, imprensa, escola, Igreja, misericórdias, instituição militar?). CP8- Atitudes e políticas face à marginalidade: entre o Estado policial e o Estado Providência.

Demonstração da coerência dos conteúdos programáticos com os objetivos de aprendizagem da UC / Evidence that the curricular units content dovetails with the specified learning outcomes


OA1 ? CP1; CP2 OA2 ? CP2; CP3; CP4; CP5; CP6 OA3 ? CP7; CP8 OA4 ? CP3; CP4; CP5; CP6; CP7; CP8 OA5 ? CP2; CP3; CP4; CP5; CP6; Cp7; CP8.

Avaliação / Assessment


Duas modalidades: 1. Avaliação periódica a) Preparação e participação individual nas aulas práticas (10% da avaliação final) b) Realização de trabalho de grupo, com apresentação oral e entrega por escrito (40% da avaliação final) c) Teste escrito, individual (50% da avaliação final) 2. Exame final O exame final contempla todos os conteúdos do programa.

Metodologias de Ensino / Teaching methodologies


A UC está estruturada em 2 tipos de aulas: as aulas teóricas apresentam conteúdos e conceitos e introduzem os principais debates. As aulas teórico-práticas consistem na discussão de estudos ou fontes históricas e na apresentação dos trabalhos individuais realizados pelos estudantes. O estudo individual, tendo por base a bibliografia de trabalho, é orientado e complementado pela realização de aulas teóricas. O desenvolvimento de competências específicas relativas à pesquisa de informação é desenvolvido através da realização de trabalhos, preferencialmente em pequenos grupos.

Demonstração da coerência das metodologias de ensino e avaliação com os objetivos de aprendizagem da UC / Evidence that the teaching and assessment methodologies are appropriate for the learning outcomes


As actividades de ensino-aprendizagem são variadas com o objectivo de treinar um conjunto de competências científicas, sociais e pessoais, nomeadamente: a leitura da bibliografia de forma analítica e crítica; a escrita e explanação oral; o acesso às várias fontes de investigação; a imaginação e criatividade; a discussão; a capacidade de trabalhar com as noções de marginalidade e controle social adequadas às realidades concretas. A compreensão das múltiplas abordagens e análises já realizadas no campo da História e as metodologias de investigação utilizadas serão objecto de avaliação no teste final.

Observações / Observations


Bibliografia Principal / Main Bibliography


Chevalier, Louis (1984),Classes laborieuses et classes dangereuses à Paris, pendant la première moitié du XIXe siècle, Paris,Pluriel Emsley, Clive, Johnson, Eric e Spierenburg, Pieter (ed.) (2004), Social Control in Europe. 1800-2000, Ohio, The Ohio State University. Foucault, Michel (1975),Surveiller et punir.Naissance de la prison, Paris, Gallimard. Gatrell, V.A.C. (1990), «Crime, authority and the policeman-state», in Cambridge Social History of Britain. 1750-1959, vol.3,CUP,pp. 243-310. Gueslin, A. e Kalifa, D., dir.(1999),Les exclus en Europe. 1830-1930, Paris, l'Atelier. Vaquinhas,Irene(1996),Violência, Justiça e Sociedade Rural,Porto, Afrontamento. Vaz, M. João(1998),Crime e Sociedade.Portugal na II metade do século XIX, Oeiras, Celta. Vaz, M. João (2006),Criminalidade em Lisboa entre meados do século XIX e os inícios do século XX, Tese de Doutoramento,Lisboa,ISCTE.

Bibliografia Secundária / Secondary Bibliography


Almeida, Pedro Tavares e Marques, Tiago Pires (coord.) (2006), Lei e Ordem. Justiça penal, criminalidade e polícia. Séculos XIX-XX, Lisboa, Livros Horizonte. Barreto, António e Mónica, Maria Filomena, coord. (1999), Dicionário de História de Portugal, Suplemento, vol. 7, 8 e 9, Lisboa/Porto, Figueirinhas.Ver entradas: «albergues», «criminalidade», «mendicidades», «mitra» e «pobreza». Bastos, Susana Pereira (1997), O Estado Novo e os seus Vadios. Contribuição para o estudo das identidades marginais e da sua repressão, Lisboa, D. Quixote Cubero, José (1998), Histoire du vagabondage du Moyen âge à nos jours, Paris, Imago. Davis, John A. (1988), Conflict and Control: law and order in Nineteenth century Italy, Londres, Macmillan Educaion, Lda. Duarte, Luís Miguel (1999), Justiça e criminalidade no Portugal Medievo (1459-1481), Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian/Fundação para a Ciência e a Tecnologia. Emsley, Clive (1991), The English Police. A political and social history, London, Longman. Emsley, Clive (1996), Crime and society in England. 1750-1900, Londres, Longman (1.ª ed. de 1987). Emsley, Clive (2005), Hard Men. Violence in England since 1750, Londres, Hambledon and London. Farge, Arlette (1986), La vie fragile. Violence, pouvoirs et solidarités à Paris au XVIIIe siècle, Paris, Hachette. Fatela, João (1989), O Sangue e a Rua. Elementos para uma antropologia da violência em Portugal (1926-1946), Lisboa, D. Quixote. Ferreira, Maria de Fátima Sá e Melo (1995), «Literatura popular e memória histórica», Revista Lusitana (Nova Série), n.º 13-14, pp. 199-206. Ferreira, Maria de Fátima Sá e Melo (2002), Rebeldes e Insubmissos. Resistências populares ao liberalismo (1834-1844), Porto, Afrontamento. Foucault, Michel (1972), Histoire de la folie à l?âge classique, Paris, Gallimard. Garland, David (2001) The Culture of Control. Crime and Social Order in Contemporary Society, Oxford, Oxford University Press. Hobsbawm, Eric (1969), Bandits, Londres, Weidenfeld and Nicolson. Johnson, Eric. A. (1995), Urbanization and Crime. Germany 1871-1914, Cambridge, Cambridge University Press. Liberato, Isabel (2002), Sexo, ciência, poder e exclusão social. A tolerância da prostituição em Portugal (1841-1926), Lisboa, Livros do Brasil. Lopes, Maria Antónia (1993), «Os pobres e a assistência pública», in: História de Portugal, dir. José Mattoso, vol. 5, «O Liberalismo», Lisboa, Estampa, pp. 501-515. Lopes, Maria Antónia (2000), Pobreza, assistência e controlo social em Coimbra (1750-1850), 2 volumes, Viseu, Palimage Editores. Lousada, Maria Alexandre (1995), Espaços de Sociabilidade em Lisboa; finais do século XVIII a 1834, dissertação de doutoramento em Geografia Humana apresentada à Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa [policopiado]. Moreno, Humberto Baquero (1990), Exilados, marginais e contestatários na sociedade portuguesa medieval, Lisboa, Presença. Pais, José Machado (1985), A Prostituição e a Lisboa Boémia do Século XIX aos Inícios do Século XX, Lisboa, Querco.Perrot, Michelle (2001), Les Ombres de l'Histoire. Crime et châtiment au XIXe siècle, Paris, Flammarion. Petit, Jacques-Guy e Marec, Yannick, dir. (1996), Le social dans la ville en France et en Europe. 1750-1914, Paris, Les Editions de l?Atelier. Pinto, Maria de Fátima (1999), Os Indigentes: entre a assistência e a repressão. A outra Lisboa no 1.º terço do século, Lisboa, Livros Horizonte. Relvas, Eunice (2002), Esmola e Degredo. Mendigos e Vadios em Lisboa (1835-1910), Lisboa, Livros Horizonte. Roodenburg, Herman e Spierenburg, Pieter, eds. (2004), Social Control in Europe: 1500-1800, Ohio, The Ohio State University Press. Santos, Maria José Moutinho (1999), A Sombra e a Luz. As prisões do liberalismo, Porto, Afrontamento. Schmitt, Jean-Claude (1990), «A História dos Marginais», in: A Nova História, dir. Jacques Le Goff, Roger Chartier e Jacques Revel, Coimbra, Almedina, pp. 394-427. Sobral, José Manuel (1990), «Banditismo e política ? João Brandão no seu contexto político e social», in: Apontamentos da vida de João Brandão por ele escritos nas prisões do Limoeiro envolvendo a história da Beira desde 1834, Lisboa, Vega, pp. I-XI. Taylor, David (1998), Crime, policing and punishment in England, 1750-1914, London, MacMillan. Tobias, J. J. (1967), Crime and industrial society in the Nineteenth Century, Londres, Pelican Books. Vaquinhas, Irene (2001), «Alguns aspectos da violência nos campos portugueses do século XIX», Revista de História da Sociedade e da Cultura, n.º 1, pp. 285-325. Vaz, Maria João (2003), «Prisões de Lisboa no último quartel do século XIX: elementos para o seu estudo», in: Prisões na Europa: um debate que apenas começa, Oeiras, Celta Editora, pp. 11-18. Vaz, Maria João (2004), «Atitudes populares e repressão policial da criminalidade em Lisboa (1880-1910)», Direito e Justiça, Volume Especial, pp. 47-67. Vigarello, Georges (1998), História da Violação ? séculos XVI-XX, Lisboa, Estampa. Wiener, Martin J. (2004), Men of Blood. Violence, Manliness and Criminal Justice in Victorian England, Cambridge, Cambridge University Press. Woolf, Stuart (1988), Porca miseria. Poveri e assistenza nell?età moderna, Roma, Laterza.

Data da última atualização / Last Update Date


2024-02-16