Ficha Unidade Curricular (FUC)
Informação Geral / General Information
Carga Horária / Course Load
Área científica / Scientific area
Ciência Política
Departamento / Department
Departamento de Ciência Política e Políticas Públicas
Ano letivo / Execution Year
2025/2026
Pré-requisitos / Pre-Requisites
Sem aplicação
Objetivos Gerais / Objectives
A Unidade Curricular Teoria Política: Clássicos e Modernos tem os seguintes objectivos: 1) Aquisição, pelos alunos, de um quadro teórico básico sobre as origens do pensamento político moderno. Interessa perceber como essas teorias prenunciam um discurso científico sobre o real, pelas dimensões de racionalidade e de procura de explicações nos campos político e social. 2) Compreensão, pelos alunos, da especificidade dos fenómenos políticos, bem como da diversidade de perspectivas teóricas que estiveram na origem da sua análise. 3) Compreensão, pelos alunos, da relação entre a teoria política e as transformações da sociedade: primeiro, na evolução do pensamento liberal clássico que acompanhou o desenvolvimento da sociedade mercantil e a formação do estado moderno e, posteriormente, no surgimento das teorias críticas do liberalismo que acompanharam o desenvolvimento da sociedade industrial.
Objetivos de Aprendizagem e a sua compatibilidade com o método de ensino (conhecimentos, aptidões e competências a desenvolver pelos estudantes) / Learning outcomes
Os principais objetivos de aprendizagem são: 1) Conhecer os fundamentos do pensamento político da antiguidade clássica Grega que vieram a informar a Teoria Política moderna, 2) Conhecer o pensamento dos primeiros autores liberais, sabendo distinguir as ideias que compartilham e as que os diferenciam, 3) Analisar a evolução do pensamento liberal que acompanha o desenvolvimento da sociedade industrial, particularmente no que concerne à relação entre os valores de igualdade e de liberdade. 4) Analisar os autores que fazem a crítica ao capitalismo e á sociedade liberal
Conteúdos Programáticos / Syllabus
Introdução: definição e distinção dos conceitos de filosofia, de ciência e de teoria. Relações entre a teoria e a realidade política e social. 1. Antecedentes clássicos da teoria política moderna: Platão e Aristóteles 2. Nicolo Maquiavel: realismo político e exercício do poder 3. Thomas Hobbes: a lógica do medo e o poder soberano 4. John Locke: o estado natural e os direitos do indivíduo 5. Montesquieu: moderação política e separação de poderes 6. Jean-Jacques Rousseau: cidadania e poder do povo 7. Benjamin Constant: liberdade dos antigos e liberdade dos modernos 8. Edmond Burke: conservadorismo liberal e tradição 9. Alexis de Tocqueville: igualdade e liberdade nas democracias modernas 10. Karl Marx e Friedricht Engels: dominação de classe e ordem política 11. John Stuart Mill: governo representativo e participação política 12. Max Weber: distribuição de poder e formas de dominação.
Demonstração da coerência dos conteúdos programáticos com os objetivos de aprendizagem da UC / Evidence that the curricular unit's content dovetails with the specified learning outcomes
O programa segue uma lógica cronológica e por autores que julgamos mais adequada para se atingirem os objetivos propostos. O estudo por autores permite: a)relacionar as teorias com o contexto social, político e cultural em que foram geradas, b) avaliar as ideias que os autores compartilham e as que os distinguem, c) analisar a evolução do pensamento liberal e, concomitantemente, relacionar com a evolução da sociedade onde esse pensamento surgiu, d) desenvolver a perspectiva analítica e crítica, relativamente a todos os autores estudados.
Avaliação / Assessment
I - Avaliação ao longo do semestre: 1) teste sobre os pontos 1 a 6 do programa (40% da nota final) 2) teste sobre os pontos 7 a 12 do programa (40% da nota final) 3) apresentação oral (trabalho de grupo) e participação - 20% da nota final. Para obter aprovação é preciso: assistir a mais de 70% das aulas, fazer todos os momentos de avaliação, ter uma média ponderada igual ou superior a 9,5 valores. II - Avaliação por exame (100%)
Metodologias de Ensino / Teaching methodologies
Nas aulas teóricas o docente expõe a matéria e tira dúvidas.As aulas práticas consistem na exposição pelos alunos de textos , a que se segue o debate. Estas aulas servem dois objectivos pedagógicos: 1) incentivar o trabalho de grupo; 2) treinar competências de exposição oral.O debate tem como objectivos: 1) desenvolver o espírito analítico e crítico; 2) assimilar as regras da discussão científica; 3) motivar os alunos para o aprofundamento das questões.
Demonstração da coerência das metodologias de ensino e avaliação com os objetivos de aprendizagem da UC / Evidence that the teaching and assessment methodologies are appropriate for the learning outcomes
A metodologia de ensino assenta na combinação entre: a) trabalho individual e trabalho de grupo, b)momentos de exposição dos conteúdos do programa pelo docente e momentos de exposição de temas ou textos pelos alunos, c)momentos de aprendizagem conjunta nas aulas e momentos de ensino tutorial restrito a grupos de aunos, d) momentos de exposição das teorias (pelo docente ou pelos alunos) e momentos de discussão na turma. Esta combinação permite que os alunos assimilem o conhecimento teórico, aquiriram hábitos de trabalho individual e de de grupo, desenvolvam competências discursivas, e, ainda, valorizem o debate científico e as regras que o condicionam.
Observações / Observations
Bibliografia Principal / Main Bibliography
Burns, J. H. (Ed.). (1991). The Cambridge history of political thought 1450–1700. Cambridge University Press. Chevalier, J.-J., & Guchet, Y. (2004). As grandes obras políticas: De Maquiavel à actualidade. Europa-América. Dryzek, J. S., Honig, B., & Phillips, A. (Eds.). (2006). The Oxford Handbook of Political Theory. Oxford University Press. Klosko, G. (Ed.). (2011). The Oxford handbook of the history of political philosophy. Oxford University Press. Nay, O. (2007). História das ideias políticas. Editorial Vozes. Pocock, J. G. A. (2009). Political thought and history: Essays on theory and method. Cambridge University Press. Prélot, M., & Lescuyer, G. (2000). História das ideias políticas (Vol. I). Editorial Presença. Prélot, M., & Lescuyer, G. (2001). História das ideias políticas (Vol. II). Editorial Presença. Strauss, L., & Cropsey, J. (Eds.). (2012). History of political philosophy (3rd ed.). University of Chicago Press.
Bibliografia Secundária / Secondary Bibliography
Aldeia, J. (2009). Max Weber: “Homem do seu tempo” ou “homem à frente do seu tempo”? (Oficina do CES, n.º 332). Centro de Estudos Sociais. Alves, R. V. S. (2011). Sobre a liberdade: Indivíduo e sociedade em Stuart Mill. Revista CEPPG, 25(2), 197–212. Amaral, D. F. do. (2006). História das ideias políticas (Vol. I). Almedina. Baudart, A. (2003). Platon: la passion du juste. In É. Zernik (Org.), La pensée politique (pp. 11–32). Ellipses Edition Marketing. Baum, B. (2003). J. S. Mill on freedom and power. In J. Losco & L. Williams (Eds.), Classic and contemporary readings (Vol. II, pp. 438–458). Roxbury Publishing Company. Berlin, I. (2013). Does political theory still exist? In H. Hardy (Ed.), Concepts and categories: Philosophical essays (pp. 143–172). Princeton University Press. Beetham, D. (1974). Max Weber and the theory of modern politics. George Allen and Unwin. Dalaqua, G. H. (2016). Democracia representativa, conflito e justiça em J. S. Mill. Doispontos, 13(2), 15–37. Eslabão, D. R. (s.d.). O conceito de dominação em Max Weber: Um estudo sobre a legitimidade do poder [Manuscrito não publicado]. Goyard-Fabre, S. (2003). Montesquieu et la corruption des gouvernements. In É. Zernik (Org.), La pensée politique (pp. 151–168). Ellipses Edition Marketing. Hare, R. M. (1997). O pensamento de Platão (pp. 72–83). Editorial Presença. Letwin, S. R. (1988). John Locke: Liberalism and natural law. In K. Haakonssen (Ed.), Traditions of liberalism (pp. 3–29). The Center for Independent Studies. Lumowa, V. (2010). Benjamin Constant on modern freedoms. Ethical Perspectives, 3, 389–414. Maley, T. (2011). Democracy & the political in Max Weber’s thought. University of Toronto Press. Manent, P. (1997). Rousseau critique du libéralisme. In Histoire intellectuelle du libéralisme (pp. 143–172). Hachette. Marx, K., & Engels, F. (1989). Manifesto do Partido Comunista. In M. B. da Cruz (Org.), Teorias sociológicas (pp. 11–60). Fundação Calouste Gulbenkian. Paden, R. (1988). Reason and tradition in Burke's political philosophy. History of Philosophy Quarterly, 5(1), 63–77. Pocock, J. G. A. (2009). Political thought and history: Essays on theory and method. Cambridge University Press. Popper, K. (2002). The open society and its enemies. Vol. 2, Hegel and Marx. Routledge. Popper, K. (2014). The open society and its enemies. Vol. 1, The spell of Plato. Routledge. Portis, E. B. (1994). Mill and the politics of character. In Reconstructing the classics (pp. 153–168). Chatham House. Portis, E. B. (1998). Aristotle and the politics of honor. In Reconstructing the classics (pp. 31–48). Chatham House Publishers. Portis, E. B. (1998). Hobbes and the politics of fear. In Reconstructing the classics (pp. 101–116). Chatham House Publishers. Skinner, Q. (2002). Visions of politics: Regarding method. Cambridge University Press. Skinner, Q. (2002). Visions of politics: Hobbes and civil science. Cambridge University Press. Skinner, Q. (2002). Visions of politics: Renaissance virtues. Cambridge University Press. Skinner, Q. (2005). Visões da política: Questões metodológicas. Difel. Skinner, Q. (2009). A genealogy of the modern state. Proceedings of the British Academy, 162, 325–370. Skinner, Q. (2009). A genealogy of the modern state. Proceedings of the British Academy, 162, 325–370. Skinner, Q. (2011). Uma Genealogia do Estado Moderno. Imprensa de Ciências Sociais. Simões, M. (2013). John Stuart Mill: Utilitarismo e liberalismo. Veritas, 58(1), 174–189. Titunik, R. F. (2005). Democracy, domination, and legitimacy in Max Weber’s political thought. In C. Camic, P. S. Gorski, & D. M. Trubek (Eds.), Max Weber’s Economy and society: A critical companion (pp. 143–163). Stanford University Press. Touchard, J. (1991). História das ideias políticas (Vol. I). Publicações Europa-América. (Obra original publicada em 1959) Touchard, J. (1991). História das ideias políticas (Vol. IV). Europa-América. (Obra original publicada em 1959) Touchard, J. (2003). História das ideias políticas (Vol. II). Publicações Europa-América. (Obra original publicada em 1959) Tully, J. (2008). Locke. In J. H. Burns (Ed.), The Cambridge history of political thought 1450–1700 (pp. 616–652). Cambridge University Press. Windecker, P. (2003). Aristóteles: l’enjeu de la cité. In É. Zernik (Org.), La pensée politique (pp. 33–62). Ellipses Edition Marketing.
Data da última atualização / Last Update Date
2025-07-16