Sumários

Teoria dos Prospectos, Heurísticas e Enviesamentos

17 Fevereiro 2025, 09:30 Nuno Alexandre De Sá Teixeira


Sumário:
Introdução à Teorias dos Prospectos (Prospect Theory) de Kahneman & Tversky como abordagem descriptiva do raciocínio e tomada de decisão. A similaridade e paralelismos entre ilusões perceptivas e desvios à racionalidade - as violações dos princípios/axiomas da racionalidade como análogos cognitivos das ilusões perceptivas. Revisão de exemplos de violações de princípios da racionalidade e clarificação de alguns princípios psicológicos subjacentes à interpretação de prospectos: sobrevalorização da certeza, sobrestimação de baixas probabilidade e subestimação de médias e altas probabilidades; efeito de reflexão (as pessoas tendem a ser aversas ao risco para ganhos [concavidade da curva de utilidade no domínio dos ganhos] e propensas ao risco para perdas [convexidade da curva de utilidade no domínio das perdas]); efeito do ponto de referência (as pessoas mostram sensibilidade às perdas e ganhos relativos, não à riqueza total/absoluta); contabilidade mental (as pessoas tendem a avaliar ganhos e perdas em termos relativos e não absolutos e por isso são sensíveis à formulação da situação [efeitos de framing]). A curva de ponderação da decisão (função das probabilidades) - π(p): sobre-estimação das muito baixas probabilidades (efeito do "possível") e sub-estimação das médias e altas probabilidades. A curva de utilidade (função do valor) - U(v): concâva no domínio dos ganhos (aversão ao risco), convexa no domínio das perdas (propensão ao risco) e declive superior para perdas em comparação com ganhos (aversão às perdas). Distinção na Teoria dos Prospectos entre a fase de edição (codificação de ganhos e perdas em termos de um ponto de referência, combinação e simplificação de prospectos, segregação de componentes, cancelamento e simplificação e detecção de dominância) e de avaliação dos prospectos: π(p) X U(v) (retenção da lógica multiplicativa entre uma função de probabilidade e de utilidade da Teoria Clássica da Decisão).
A fase de edição e processos cognitivos de interpretação e estimação de probabilidades na base da curva de peso decisional: Heurísticas e Viéses. Heurísticas como um método de tentativa e erro de aproximação a um problema complexo ("atalhos mentais" e "regras de polegar" [thumb-rules]). O valor adaptativo dos processos heurísticos (economia de recursos mentais e rapidez decisional) mas consequente propensão ao erro e a enviesamentos. A Heurística da representatividade e a estimação de probabilidades intuitivas - as probabilidades intuitivas acerca de uma população alvo tendem a ser avaliadas com base em juízos de similaridade de uma instância saliente (tida como representativa da população-alvo). Enviesamentos resultantes da heurística da representatividade: (i) insensibilidade à taxas de base (probabilidades a priori) e a possível excepção quando é percebida uma conexão causalmente relevante; (ii) insensibilidade ao tamanho da amostra (resultante da crença de que uma qualquer amostra é necessariamente representativa da população-alvo); (iii) falácia da conjunção (especificações de sub-populações são percebidas como mais prováveis, violando o postulado pela probabilidade conjunctiva [necessariamente menor]); (iv) concepções erradas acerca de processos aleatórios (e.g., falácia do jogador; juízos acerca da probabilidade de resultados aleatórios com base no grau em que se assemelham a um entendimento intuitivo do "aleatório"). A Heurística da Disponilibidade: Probabilidade intuitivas são avaliadas pela facilidade de evocação de instâncias. Enviesamentos resultantes das heurística da disponibilidade: (i) viéses resultantes da capacidade de evocar instâncias da população-alvo; (ii) viéses resultantes da eficácia dos processos de busca de instâncias; (iii) viéses de imaginação de instâncias da população-alvo; (iv) as cascatas de disponibilidade (processo auto-reforçador em que um evento tende a ser julgado como mais provável/frequente pela disponilibidade de instâncias e a mera disponibilidade gera uma maior confiança na respectiva prevalência); (v) correlações ilusórias. Heurísticas de ancoragem (uma estimativa probabilística é feita a partir de um valor inicial mais ou menos arbitrário) e de ajuste insuficiente (a estimativa inicial é fracamente ajustada no processo de estimativa da frequência/probabilidade).


Bibliografia:
Fundamental
Tversy, A., & Kahneman, D. (1981). The framing of decisions and the psychology of choice. Science, 211, 453-458.
Kahneman, D. (1984). Choices, values, and frames. American Psychologist, 39, 345-356 [NOTA: Disponível como anexo no livro "Pensar Depressa e Devagar"]
Tversky, A., & Kahneman, D. (1974). Judgements under uncertainty: Heuristics and biases. Science, 185, 1124-1131. [NOTA: Disponível como anexo no livro "Pensar Depressa e Devagar"]

Opcional
Kahneman, D., & Tversky, A. (1979). Prospect theory: an analysis of decision under risk. Econometrica, 47, 263-291.

Violações dos Princípios da Racionalidade por Humanos

12 Fevereiro 2025, 11:00 Nuno Alexandre De Sá Teixeira


Alguns exemplos de violações dos princípios da racionalidade: Paradoxo de Allais e de Ellsberg (violam o princípio do cancelamento), vários paradoxos apresentados por Tversky & Kahneman (1981: violações do princípio da invariância). Atitudes face às violações dos princípios/axiomas da racionalidade: (i) aceitar a irracionalidade do ser humano e da necessidade de dispôr de sistemas de apoio à decisão (Teorias Prescriptivas); (ii) ignorar os princípios/axiomas da racionalidade ("satisfy [my] preferences and let the axioms satisfy themselves", Samuelson); (iii) aceitar que a tomada de decisão nos humanos é baseada num conjunto de regularidades e princípios psicológicos próprios que devem ser compreendidos (Abordagens Descriptivas).

Teoria Axiomática da Racionalidade

12 Fevereiro 2025, 09:30 Nuno Alexandre De Sá Teixeira


Revisão do modelo de maximização do valor esperado, do Paradoxo de São Petesburgo e da introdução da noção de Utilidade (Modelo de Maximização da Utilidade Esperada). A Teoria Moderna da Utilidade - contextualização histórica. Os axiomas de racionalidade de von Neumann e Morgenstern (1947): propriedade de fechamento, ordenação fraca (relações entre preferências reflexivas, conectadas e transitivas), invariância (distribuição de probabilidades entre alternativas), condição de substituição e independência (cancelamento), consistência, e propriedade de solvabilidade (crucial para a construção de uma escala de utilidade: alguns exemplos). Princípios fundamentais da racionalidade implicados pelos axiomas: cancelamento, transitividade, diminância e inveriâcia (ordenados pelo grau crescente de consensualidade entre os teóricos da decisão).


Bibliografia:
Costermans, J. (2001). As actividades cognitivas. Coimbra: Quarteto Editora (pp. 71-91)
Coombs, C. H., Dawes, R. M., & Tversky, A. (1970). Mathematical psychology: An elementary introduction. New Jersey: Prentice-Hall (pp. 115-137)
Sutherland, S. (1992). Irrationality. London: Constable. (Chapter 16)

Violações dos Princípios da Racionalidade por Humanos

10 Fevereiro 2025, 16:00 Nuno Alexandre De Sá Teixeira


Alguns exemplos de violações dos princípios da racionalidade: Paradoxo de Allais e de Ellsberg (violam o princípio do cancelamento), vários paradoxos apresentados por Tversky & Kahneman (1981: violações do princípio da invariância). Atitudes face às violações dos princípios/axiomas da racionalidade: (i) aceitar a irracionalidade do ser humano e da necessidade de dispôr de sistemas de apoio à decisão (Teorias Prescriptivas); (ii) ignorar os princípios/axiomas da racionalidade ("satisfy [my] preferences and let the axioms satisfy themselves", Samuelson); (iii) aceitar que a tomada de decisão nos humanos é baseada num conjunto de regularidades e princípios psicológicos próprios que devem ser compreendidos (Abordagens Descriptivas).

Teoria Axiomática da Racionalidade

10 Fevereiro 2025, 14:30 Nuno Alexandre De Sá Teixeira


Revisão do modelo de maximização do valor esperado, do Paradoxo de São Petesburgo e da introdução da noção de Utilidade (Modelo de Maximização da Utilidade Esperada). A Teoria Moderna da Utilidade - contextualização histórica. Os axiomas de racionalidade de von Neumann e Morgenstern (1947): propriedade de fechamento, ordenação fraca (relações entre preferências reflexivas, conectadas e transitivas), invariância (distribuição de probabilidades entre alternativas), condição de substituição e independência (cancelamento), consistência, e propriedade de solvabilidade (crucial para a construção de uma escala de utilidade: alguns exemplos). Princípios fundamentais da racionalidade implicados pelos axiomas: cancelamento, transitividade, diminância e inveriâcia (ordenados pelo grau crescente de consensualidade entre os teóricos da decisão).


Bibliografia:
Costermans, J. (2001). As actividades cognitivas. Coimbra: Quarteto Editora (pp. 71-91)
Coombs, C. H., Dawes, R. M., & Tversky, A. (1970). Mathematical psychology: An elementary introduction. New Jersey: Prentice-Hall (pp. 115-137)
Sutherland, S. (1992). Irrationality. London: Constable. (Chapter 16)